sábado, 25 de junho de 2011

A.C. D.C. no meu caminho!

O que acontece nesse intervalo A.C.D.C.? Quem poderá responder!? Os pais não respondem nada além do que sabem e vez em quando inventam uma bela estória pra se livrar da nossa insistência. Então, um dia descobrimos os professores: seres neutros treinados para perguntas! Talvez eles saibam responder, quem sabe? Enfim, uma mina de ouro que recria nos seres curiosos a esperança de respostas. Mas, nem se empolgue, não se iluda. Aí também os recursos serão limitados. Para compensar sua frustração, vão empurrar a responsabilidade para o dicionário. E se você demonstrar perseverança, vão ensinar a pegar carona nos métodos de pesquisa. Você vai encontrar fontes de conhecimento, divergência de opiniões, controvérsias nos diversos pensamentos sobre as mesmas coisas. Aí parceiro...você começa a sacar que alguns assuntos esbarram num desacordo sem fim e causam discórdias tão robustas que são capazes de romper os elos. O mundo se estende e se divide: Ciência ou religião!? Alguma deve dar a explicação! A ciência ensaia o entendimento e as crenças confortam pretendendo nos proteger do incompreendido com seus dogmas. Ou decidimos acreditar naquilo, ou desistimos de acreditar em qualquer coisa ou então decidimos viver questionando o mistério. Afinal, que influências nos convencem? Será que respeito o pensamento contrário? Ou será que empurro na goela do outro o que me move? Bom...o fato é que, de onde estou, como vivi e quem encontrei pelo caminho, nada disso consegue aquietar minha mente apesar de acalentar meu coração. Eu aqui, nas minhas “escrivaninhações”... sem saber exatamente o que me reserva a real mudança entre A.C. D.C...é...não adianta brincar de buscar a origem das coisas...nem muito menos o porquê de estar aqui grudada nessa cadeira. Olha só...não tive momentos de revolta contra o mundo ou contra nada por causa disso. Afinal, quem tem a ver com isso!? O sol continua nascendo e a vida rolando. “A dor é minha, só, não é de mais ninguém”! Ninguém tem culpa, já concordamos com isso. Agora...se o fato de me tornar cadeirante tiver um propósito, faço aqui meu desabafo sobre o que definitivamente não vou aprender, porque não é novidade. Começando por minha queda... eu nunca sequer consegui assistir a videocassetadas. É sério... o que uma queda tem de engraçado!!? Pra mim é uma tentativa malsucedida para enganar o constrangimento da queda (de quem vê ou de quem cai!?). Outra...sempre fui sensível a todos aqueles apelos citados no post sobre o trato com pessoas com qualquer tipo de deficiência, especialmente com cadeirantes. Mais uma...tive um professor de educação e motricidade que era cadeirante (Ironia nº4?) por ter adquirido numa viagem em missão voluntária na África uma bactéria que se instalou na medula. Esse cara me fez pensar a deficiência de uma forma diferente. E por último... anos depois, já não era mais aluna dele, desenvolvi na minha dissertação de mestrado um estudo sobre o efeito do exercício físico em cadeira de rodas em um parâmetro glicêmico (Ironia nº 5?). Portanto, não houve nada de extraordinariamente desconhecido nessa empreitada...não tive que descobrir nada em relação a esse quadro específico como muitos podem imaginar. Que fique bem claro, não é o caso, bem ao contrário. Acho que o mistério está em outra instância que ainda não descobri... Afinal...o que vai acontecer A.C.D.C.? A propósito...a título de esclarecimento... nesse contexto, A.C.D.C é Antes da Cadeira e Depois da Cadeira!!!!!

6 comentários:

  1. Kal, acompanho vc por aqui e sempre que leio os textos me emociono e ao mesmo tempo me apaixono pela sua expressão escrita. Já pensou em escrever um livro?
    Penso em vc todos os dias e tb já aprendi mto com o seu estado atual. Tenho certeza que tudo isso logo ira passar. Saudades amiga e mtos beijos de rápidas melhoras

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  2. É... minha cara amiga... com certeza o que aconteceu não foi pra te mostrar como ser sensível a deficientes ou ao próximo, nem a deixar de rir de desgraças alheias, nem a aprender mais sobre o assunto.
    Deus tem seus propósitos sim, mas reflitamos um pouco...
    1 - Será que saberias que eras tão amada?
    2 - Será que sabias por quem eras amada?
    3 - Será que sabias que tinha o dom da escrita?
    4 - Será que tuas postagens não ajudaram a melhorar a vida de muitas pessoas?
    5 - Será que não és uma luz no fim do túnel de muitos amigos e/ou anônimos?

    Com certeza você já ouviu que "Deus escreve certo por linhas tortas".

    Tem uma frase que sempre me inspirou... até antes de conhecê-la e acho que parece com você.
    "Ou eu encontro um caminho ou eu o faço" (Philip Sidney).

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  3. Não tava entendendo nada no comeco achando que A.C.D.C era a banda! rs... Mas gostei muito do texto, como de todos outros.
    Beijos e saudades.
    Margot

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  4. Gi: saudades de vc tb. Não pensei em escrever um livro, isso é pra quem ter alguma veia. Eu só me conto pra dividir os "achados" dessa nova situação. Que bom que você passa por aqui. Bjo
    Hugo: Então Hugo...linda a frase que te inspira. De fato algumas respostas as suas perguntas eu já conhecia, outras não e outras eu pensava que sabia. Essa linha torta nunca me foi tão reta, você tem razão.

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  5. Acredite, falei do livro e da descoberta científica antes de lêr esse tópico e os comentários."Nós bruxas temos conexões que nem percebemos", ou "eu falo mesmo muita besteira", qual título você prefere?

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  6. Got: pois é, o rock só vai vir depois!
    Anônima que eu conheço: Deixa ser um blog mesmo! rs

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