Nunca tive super herói
preferido... lembro que eu amava os braceletes da mulher maravilha, a audição
da mulher biônica e o nado do homem do fundo do mar. Mas na minha imaginação me
vesti na pele de muitos deles...já imobilizei bandidos, escolhi a cor exata
para cortar o fio da bomba, desarmei minas, manobrei duas ou quatros rodas a
toda velocidade, conduzi hélices ao redor do mundo, arqueei asas para chegar a
tempo e evitar acidentes...já lutei contra dragões, cowboys e robôs...sangue,
suor e lágrimas...corri no escuro mais que o Forrest Gump, escalei montanhas,
nadei em correntezas...é... já fiz tudo isso me imaginando salvar o mundo como
a Amélie Poulain em seu Fabuloso destino...Hoje estou eu aqui...vestida de
Na'vi domando "Toruk" (minha cadeira de rodas)... com minha
bioluminescence armada de tinta para refazer as arestas, afiando o punho para
reescrever histórias em meu avatar...abro meu "álbum de
recortes"...uma espécie de memória em imagens que se eternizaram...o que
eu faria diferente? Deu vontade mesmo de recolorir "A lista de
Schindler"... fazer o Toto quebrar o combinado com o Alfredo e reatar os
laços visitando Giancaldo de vez em quando em "Cinema Paradiso". Eu refaria
uma nova versão da máquina de apagar memórias para ter um "Brilho eterno
de uma mente sem lembranças"...mas suprimiria somente as lembranças ruins.
Eu gritaria palavras de amor na chuva do alto do entulho de ferro para ecoar no
abismo da "Hora de voltar". Eu teria salvado Christopher do abrigo
daquele ônibus em "Natureza selvagem"...ele teria voltado a tempo,
antes daquela inundação. Eu teria comido todos os dias aquela torta que ninguém
queria em "My blueberry nights", sem precisar esquecer para sempre as
chaves de casa com o barman. Eu não teria deixado Hansard partir sem saber a
tradução da resposta da Irglová em eslocavo (MILUJU TEBE) para a pergunta
"você o ama?" era exatamente "eu amo você" em "Apenas
uma vez". Eu entregaria em mãos aquela carta jamais lida "No amor e
na guerra" para descobrir como tudo teria sido se ela tivesse chegado a
seu destino. Eu teria insistido para o Esposito não privar "O segredo de
seus olhos" e confessar seu amor a Irene naquela despedida. E "Quem
quer ser um milionário" pagando cada resposta com um sofrimento vivido? Eu
teria promovido o encontro no pós-guerra naquele campo de capturados entre
aquele militar alemão e Wladyslaw, "O pianista" polaco salvo pelo
encantamento de sua música, por que não? Eu teria provocado o reencontro do
Daigo Kobayashi e seu pai antes de seu acondicionamento na "A
Partida"... eu encontraria um exoesqueleto ou a solução das células tronco
para o Bauby sair de seu "O escafandro e a borboleta". Eu teria
retirado aquele obstáculo no meio do mergulho do Ramón Sampedro de "Mar
adentro" e aquele banco vermelho que aparou a queda da "Menina de
ouro" no ringue...eu teria refeito algo para ter um outro fim, um outro
gosto, uma dor mais amena...talvez mais justo ou inusitado...ou pelo menos mais
feliz... mas talvez, alterar o trajeto da vida, transformaria a mágica de todas
essas histórias...e perderia o sentido. E eu, em minha versão... será que
valeria ter modificado?
Para você que não sabe por onde "ando"..siga a evolução de cada centímetro de inércia do movimento das pernas.
sexta-feira, 1 de julho de 2011
Minha melhor versão: só cinéfilos entenderão!
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Na Festa de Babete as protagonistas chegam à conclusão que mesmo por caminhos diversos o resultado seria o mesmo... ou será que eu é que concluí diferente? Talvez o melhor a fazer seja aproveitar a vida com bons amigos e excelente comida rs
ResponderExcluirHumrum...interpretou certo...os caminhos saõ diversificados, mas temos que ficar atentos com os ingredientes!
ResponderExcluirQue lindo!
ResponderExcluirBom ter noticias tuas!
To chegando agora...e percorrendo o seu caminho, pouco a pouco..
Mas em breve eu te alcanço!
Bjokas